A posse do ministro Joaquim Barbosa, na presidência
do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (22/11), trouxe uma parte
dos brasileiros mais uma esperança de moralização naquela corte, que tem dado
péssimos exemplos. Além disso, ele chega para preencher a ausência de uma
liderança em nível nacional, hoje, resumida simplesmente ao jogador de futebol Neymar,
do Santos. Na política, nenhuma referência positiva. Infelizmente.
Sempre assisti a várias sessões do STF (online),
nas quais o ministro Joaquim Barbosa sempre expressou seus argumentos com muita
precisão e demonstrou certo equilíbrio nos momentos cruciantes no Supremo. Isso
foi o suficiente para os brasileiros fazerem dele um ídolo. Tanto é verdade
que, durante a posse, já tinha gente indicando-o para ser o próximo presidente
da República.
Sou contra qualquer endeusamento. Seja qual for a
pessoa ou área de atuação. Contudo, entendo ser cedo demais para apostar numa
pessoa que não tem autoridade total para fazer o que quer. Ele depende do
colegiado.
É bom ressaltar que a trajetória de Barbosa no STF
foi marcada por desavenças públicas com colegas do tribunal. O ministro
discutiu abertamente com Marco Aurélio, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Também
teve entreveros com o ex-ministro Cezar Peluso, entre outros.
Barbosa
chega como uma grande conquista do negro, por ser ele o primeiro ministro nessa
condição a assumir a presidência do STF. Porém, não podemos julgar uma pessoa
pela cor. Se ele falhar vai ser criticado da mesma forma. Só esperamos que,
isto acontecendo, não apareça alguém dizendo que é discriminação.
É bom
lembrar que, assim como Joaquim, a ministra Ellen Gracie chegou ao mesmo cargo
ovacionada pelos brasileiros. Fez uma administração elogiável, mas o tempo
passou e pouco se fala nela. Ídolo é assim: um período usufruindo da
credibilidade do povo brasileiro; noutro, enfrenta o ostracismo.
Tecnicamente, Joaquim Barbosa tem uma capacidade inequívoca.
E tem amplas condições para administrar bem a Corte. Agora, não podemos – sem conhecimento
-, achar que ele chega para resolver os problemas da nação. Nada disso. Todavia,
se conseguir moralizar a Justiça já será um grande feito na sua vida.
Aliás, mais um!