PARANÁ

sábado, 9 de fevereiro de 2008

MP pede prisão de pastor e bispo da Igreja Universal

Prestes a completar sete anos, o assassinato do adolescente Lucas Vargas Terra, 14 anos, abusado sexualmente, esganado e incendiado vivo em um monturo da Avenida Vasco da Gama, em 21 de março de 2001, ainda tem muita disputa judicial pela frente. Nesta sexta, o Ministério Público Estadual (MP) ofereceu denúncia, à Justiça, contra o bispo Fernando Aparecido da Silva, 30, e o pastor Joel Miranda, 42, ambos da Igreja Universal, e requereu a prisão preventiva deles. Os dois eram investigados desde 2006, quando foram apontados pelo ex-pastor Sílvio Roberto Santos Galiza, 25, que já cumpre pena de 18 anos pelo crime na Penitenciária Lemos Brito (PLB).

Os pedidos do MP serão analisados a partir de segunda-feira, por um dos magistrados da 2ª Vara do Tribunal do Júri (o titular Vilebaldo José de Freitas Pereira ou o substituto Cláudio Daltro).

Em março de 2006, – logo depois deterem sido apontados no crime, em depoimento gravado na Penitenciária Lemos Brito, pelo ex-pastor Galiza –, os dois não foram encontrados para depor e tiveram as prisões temporárias decretadas pela Justiça. Joel chegou a ser preso, no município de Breves (Pará), foi trazido ao Presídio Salvador, mas o Jurídico da Iurd obteve a revogação da prisão.

Na ocasião, Miranda foi levado ao MP, para depor, mas recusou-se a responder perguntas. O bispo Fernando, que estaria morando no Paraná, não foi preso, mesmo foragido obteve a revogação da prisão. “Na ocasião que foram apontados por Galiza, foi preciso que a Justiça decretasse as prisões para descobrirmos seus endereços”, relatou o promotor de Justiça Davi Barouh, que representa o MP no caso.

Sem recursos – No curso das investigações, quando intimados, segundo o MP, ambos alegaram falta de recursos financeiros para o deslocamento à Bahia, e o MP teve de mandar promotor aos Estados onde se encontravam os dois, para colher os depoimentos.

“É por isso que há a necessidade de sejam recolhidos à prisão, pois além de já terem subornado Galiza e parentes e ameaçado todos eles de morte, se fossem denunciados em liberdade farão de tudo para inviabilizar o curso da instrução criminal”, acrescentou Barouh.

O caso – A investigação do MP afirma que Lucas Terra, freqüentador da Iurd desde criança, no Rio de Janeiro, foi seviciado e morto no interior de um templo no bairro do Rio Vermelho – em 21 de março de 2001, quando já morava em Salvador –, pelos três acusados, levado para o templo da Pituba e colocado em um caixote de madeira, depois incendiado no terreno baldio da Vasco da Gama, onde hoje fica o Supermercado Extra.

O corpo foi achado dois dias depois, mas levou 42 dias para ser sepultado, após confirmação de identidade por exame de DNA. Galiza foi preso e condenado em 2004.

Fonte: A Tarde