PARANÁ

domingo, 27 de novembro de 2016

Resposta para quem é contra dízimos e salário de pastor evangélico

Iniciando este texto, quero deixar claro que não sou pastor, não tenho nenhuma espécie de vínculo com dinheiro de igrejas, a não ser à posição de quem entrega o dinheiro para sustentar o ministério.

1. Pastores, missionários e evangelistas.

Para argumentar contra o salário de pastor, críticos citam Mateus 10.9-10 ("digno é o obreiro do seu alimento") fora do contexto do assunto. Nesta passagem, os discípulos foram enviados para um trabalho evangelístico – em pouco tempo percorreram um trajeto fazendo visitas e logo retornaram. Não é o caso do ministério pastoral – o pastor convive com os membros da igreja, cuida de uma comunidade na posição de líder espiritual.

Por que o apóstolo Paulo não aceitou salário? Ora, não poderia fazer isso porque não era pastor, ele era apóstolo/missionário. Ele não lidava com gente convertida, seu contato era com gente se convertendo.

O apóstolo ensinou os convertidos a sustentarem pastores. O texto que trata de pastores/presbíteros com relação ao salário é 1 Timóteo 5.17. Nesta passagem bíblica, Paulo escreveu que aquele que se aplica ao ensino da Palavra deve ser estimado por digno de “duplicada honra”, pelos que são ensinados. No idioma grego, em que foi escrito o Novo Testamento, o termo empregado no qual ao português está vertido o vocábulo “honra”, tem o sentido de “honorário”, “salário”, “sustento como recompensa por bons serviços prestados”. 

Este texto não é de difícil compreensão. 

2. Vivendo pela fé.

Outra argumentação dos críticos do sustento pastoral é afirmar que o pastor deve viver pela fé.

O que é viver pela fé? Viver desempregado, viver sem salário, passar fome? Ora, é assim para aqueles que possuem uma fé limitadora, mas para quem possui uma fé no Deus de toda provisão, é diferente, é o extremo oposto.

Analisemos a galeria da fé, em Hebreus 11. Enquanto uns, pela fé, viveram sem alcançar as promessas de Deus, receberam zombarias, foram presos e torturados, morreram ao fio da espada, morreram queimados, outros, também pela fé, receberam as promessas de Deus,a fecharam a boca de leões, apagaram a força do fogo, colocaram em fuga exércitos inimigos, conheceram a vitória, conquistaram reinos (versículos 33 ao 38).

3. O valor do trabalho de pastor evangélico.

As pessoas mundanas, que desprezam o Espírito Santo, alegam que o pastor que não exerce uma profissão na área secular é uma pessoa que não trabalha. Eles dizem isso porque não possuem a sabedoria do alto. O trabalho de um pastor - estudando a Bíblia para pregar e aconselhar os membros; orando pelos membros - é mais importante que qualquer trabalho deste mundo, porque é um trabalho de ordem espiritual; o pastor prepara almas para entrar no céu. 

É válido lembrar que para Deus uma alma vale mais que o mundo inteiro!

4. Defendendo os dizimistas cristãos e a coleta de dízimo nas igrejas evangélicas.

Penso que não devemos subestimar os dizimistas. Alguns descrevem quem entrega o dízimo como “pessoas de baixa instrução". Afirmar isso é agir com preconceito. Não são apenas pessoas com pouca escolaridade entregando dízimos nas igrejas, também existem pessoas cultas que fazem isso. 

O dizimista é dono do seu dinheiro, e nessa condição de dono precisa ser respeitado por todos nós. Ele faz o que quiser com tudo que é dele, não merece ouvir ou ler opinião de quem quer que seja a respeito do que queira fazer, se não solicitou auxílio à administração de seus bens.

.O dízimo nada mais é do que um sistema de ofertas sob a regra de dez por cento do salário do crente. Se a igreja recebe dízimos, pedindo que seja entregue voluntariamente, nada há de errado nisso do ponto de vista bíblico.

Conclusão.

Costumo aconselhar antidizimistas a consultarem o coração. Penso que eles precisam realizar uma autoanálise, para checar a motivação que os faz ficar contra as ofertas de dez por cento. Caso a razão da indisposição em ofertar seja o apego exagerado ao dinheiro, é necessário ter uma boa conversa com Deus e pensar em mudar o quanto antes possível seu posicionamento neste assunto.

E.A.G.

Fonte: União de Blogueiros e Belverede. Artigo postado originalmente com o título Resposta para uma pessoa antidizimista e que é contra o salário de pastor.

O Brasil perde o Dr. Russell Shedd - O EXEMPLO

PR. GOMES SILVA

Dr. Russell Shedd é um exemplo que fica para todo aquele que queira encarar o ministério
pastoral  e da Palavra de Deus com responsabilidade
Ele nasceu na Bolívia, formou-se nos Estados Unidos, viveu em Portugal, mas foi no Brasil que fixou residência, onde viveu até a sua morte. Trata-se do Dr. Russell Shedd, que deixou o plano terreno para viver a eternidade com Cristo Jesus. Ele faleceu na madrugada deste sábado (26/11/2016), em casa, em São Paulo, depois de quatro meses lutando contra um câncer de próstata.

O fiel mensageiro da palavra de Deus será velado a partir de amanhã(domingo), na Igreja Bíblica Evangélica da Comunhão, em Vila Romana, São Paulo. Todavia, o sepultamento só irá acontecer na próxima quarta-feira, dia 30, no Cemitério da Paz, na Rua Dr. Luiz Magliano, 644, lá mesmo em São Paulo, conforme informações da família procedente da Capital Bandeirantes.

PEQUENA BIOGRAFIA
Nascido no dia 10 de novembro de 1929, Russell Philip Shedd Aiquile, Bolívia. Foi um conceituado teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora no Sul do Brasil.

Russell Shedd nasceu na Bolívia, onde seus pais, Leslie Martin e Della Johnston foram missionários entre os índios. A educação primária de Russell Shedd deu-se em uma escola missionária na Bolívia. Ele foi para os Estados Unidos no início da adolescência para completar seus estudos de 2º grau na Westervelt Home e na Wheaton Academy, na área metropolitana de Chicago, numa transição natural para o Wheaton College, onde, em 1949, recebeu o grau de bacharel. Depois, ainda nos Estados Unidos, ele graduou-se em teologia pela Wheaton College. Diplomou-se Ph.D. em Novo Testamento pela Universidade de Edimburgo, Escócia.

Ele voltou ao seu país de origem, porém, tempos depois, em 1955, Shedd volta aos EUA e aceita o cargo de professor no Southeastern Bible College, em Birmingham, no Estado do Alabama, ao tempo que serviu durante cerca de um ano como pastor interino e logo foi aceito como missionário pela Missão Batista Conservadora. Depois, foi trabalhar em Portugal por um curto período. Em seguida, transferiu-se para o Brasil em 1962, estabelecendo-se definitivamente em São Paulo, onde continuou as Edições Vida Nova, que havia iniciado em Portugal com Arthur Brown. Na Capital Paulista, Dr. Russell Shedd lecionou na Faculdade Teológica Batista de São Paulo. No dia 22 de junho de 1957, casou-se com Patrícia e passaram a lua-de-mel na Guatemala. Desse casamento nasceram cinco filhos: Timothy, Nathanael, Pedro, Helen e Joy e 14 netos.

ÚLTIMOS ANOS
Em seus últimos anos de vida, Shedd foi Presidente Emérito da Vida Nova e consultor da Shedd Publicações e viajou pelo Brasil e exterior ministrando em conferências, igrejas, seminários e faculdades de Teologia, como Betel Brasileiro. Pertence a Igreja Bíblica Evangélica da Comunhão (IBEC).

Como conferencista, Shedd esteve várias vezes no Encontro Para a Consciência Cristã, evento realizado em Campina Grande durante o período do carnaval. Este ano, ele seria um dos 32 preletores convidados para a 18ª Consciência Cristã, porém teve de cancelar a sua participação em função de problemas de saúde. Só em agosto deste ano é que foi detectado o câncer de próstata. Ele faria palestra no 2º Encontro de Líderes uma Visão Cristocêntrica e no 5º Encontro de Mulheres para uma Consciência Cristã.

LIVROS ESCRITOS
Como escritor, Dr. Russell Shedd escreveu dezenas de livros, com destaque para: “Andai Nele”, “A Justiça Social e a Interpretação da Bíblia”, “Disciplina na Igreja”, “A Escatologia do Novo Testamento”, “Alegrai-vos no Senhor”, “O Mundo, a Carne e o Diabo”, “Nos Passos de Jesus”, “Lei, Graça e Santificação”, “Imortalidade”, “A Solidariedade da Raça”, “Justificação”, “A Escatologia e a Influência do Futuro no Dia-a-dia do Cristão”, “A Oração e o Preparo de Líderes Cristãos”, “Fundamentos Bíblicos da Evangelização”, “Adoração Bíblica”, “O Líder que Deus Usa”, “Palavra Viva”, “Teologia do Desperdício”, “Missões – Vale a Pena Investir?”, “Criação e Graça – Reflexão Sobre as Revelações de Deus”, “Avivamento e Renovação” e “Teologia do Desperdício - a Plenitude de uma Vida Que Glorifica a Deus”. Ademais, escreveu centenas de artigos publicados por sites e revistas voltados para o público cristão. Além disso, é editor responsável pelos comentários da Bíblia Shedd / Bíblia Vida Nova e foi membro da comissão de tradutores para o português brasileiro da Bíblia NVI (Nova Versão Internacional), uma das mais reconhecidas traduções protestantes da Bíblia em português.

TEOLOGIA
Teologicamente, Shedd era um batista, fazendo menção de que a salvação vem pela graça mediante a fé através da eleição e predestinação, além de ser um forte defensor da pregação expositiva. Defendia a autoridade suprema e inspirada da Bíblia, sendo esta a única revelação fidedigna de Deus, pelo que postulava que "a Bíblia é a palavra de Deus". Como Batista, defende os princípios doutrinários da denominação. Era amplamente reconhecido e um dos nomes mais nobres da teologia protestante atual.

LEGADO PARA A IGREJA BRASILEIRA
Indiscutivelmente, o doutor Russell Shedd continuará como sendo uma grande referência internacional de integridade, conhecimento bíblico e vida cristã. Para o pastor José Bernardo, fundador da AMME Evangelizar, “Shedd é alguém que devemos escolher como modelo de vida”. Além disso, a perseverança em trabalhar na Obra de Deus é um exemplo para as lideranças que tentam o êxito no ministério pastoral neste século 21.

Missionário de origem americana, Shedd, prestou decisiva colaboração à Igreja nacional, seja através de seus livros e trabalhos de cunho teológico, seja com suas pregações, conferências e palestras. Sempre que era indagado sobre seu vigor físico em suas atividades, ele respondia: “Acordo todo dia antes das cinco da manhã. Assim, é possível dedicar uma hora ou mais à leitura bíblica e à oração.”

Russell Shedd integrou a comissão de tradutores para o Português brasileiro da Bíblia NVI (Nova Versão Internacional); foi autor dos comentários de uma Bíblia que tem o seu nome (Bíblia Shedd - Edições Vida Nova). Ele conta que a decisão do título da obra não foi sua: "Foi uma coisa terrível. Poderia se chamar Bíblia do obreiro, Bíblia Vida Nova...".


Em entrevista ao jornalista Jehozadak Pereira, do Portal Escola Teológica Charles Spurgeon, o Dr. Russell Shedd respondeu dezenas de perguntas. Contudo, três delas chamaram a atenção dos internautas: A doença espiritual da igreja, islamismo como o maior inimigo do evangelho e as diferentes tendências para o século 21.

Sobre a doença espiritual da igreja, Shedd disse que há igrejas locais bem organizadas, são firmes teologicamente, recebem pregações bíblicas, e há outras que não falam da Bíblia, não usam a Bíblia, falam o pensamento que sai na cabeça. Não tem meditação nem o cuidado para melhorar a qualidade da pregação.

Perguntado se o islamismo se constitui no maior adversário do Evangelho hoje, ele disse que não tem dúvida sobre essa questão. Segundo, ele o islamismo é muito forte em países africanos, que tem influência católica. Em Moçambique, por exemplo, o islamismo é muito forte no Norte do país. É como se uma onda fosse descendo. Na Nigéria, que tem até presidente evangélico, mas tem se dobrado ao islamismo. Veja o Sudão, onde há conflito entre o Evangelho e o islamismo causando martírios e mortes.

Por último, ele falou sobre as diversas tendências da igreja no século 21, afirmando que “na Ásia, a igreja cresce muito e rapidamente. Nos Estados Unidos, me parece que há uma acomodação, principalmente nesta região. No Sul, a igreja é muito forte e cresce bastante. No Brasil, há um crescimento do evangelicalismo, mas há uma forte tendência de se aderir à teologia da prosperidade, que se não for muito bem sustentada e ministrada através de estudos bíblicos, para que as pessoas possam entender o que significa um compromisso com o senhorio de Cristo, e não para receber uma vida confortável, emprego, etc”.

Fontes:
Imagens: google imagens e arquivo VINACC
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.