PARANÁ

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

O cristão e a música mundana: Eis um problema no meio evangélico


Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. Fp 4:8

Recentemente, participei de um evento que refletia sobre o que é e a importância da cosmovisão cristã, ou seja, da visão de mundo sob a ótica do Cristianismo. Foram dias fenomenais! Cada palestra mais instigante e edificante do que a outra, e assim se transcorreu a semana.

Entretanto, no último dia, todos os participantes se reuniram para uma espécie de confraternização em um local que eu, na minha ingenuidade, achei que seria apenas uma lanchonete. Ao chegar ao local, percebi que era um barzinho com música ao vivo. Como havia algumas pessoas que estavam de carona comigo, resolvi sentar, comer e então ir embora.

Não obstante o incômodo que o local trazia, pensei que estar junto com os irmãos faria com que o ambiente ficasse mais agradável, afinal, ali estavam pessoas altamente qualificadas e que haviam se comprometido em mudar o mundo, levando os princípios e valores de Cristo!

De repente, o cantor começa a cantar uma música da banda Paralamas do Sucesso. Nessa hora, a maioria esmagadora da mesa (havia cerca de 50 pessoas) começou a cantar, bater palmas e dançar, em sincronia, de um lado para o outro em seus lugares. Olhos fechados, rostos sorridentes e a sintonia das palmas em consonância com a malfadada música era a fotografia do momento.

Irmãos, nesse momento tive vontade de chorar! Meus olhos se encheram de lágrimas. Meu coração ficou apertado. Comecei a falar com Deus dizendo: “Senhor, são essas pessoas que vão mudar o mundo? Eles se esqueceram de que ser amigo do mundo é ser inimigo de Deus?” Continuei falando com o Senhor: “Será que todos aqui estão certos e eu é que estou errado?” Então o Senhor trouxe ao meu coração, instantaneamente, a Sua Palavra: “(…) Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4:4

Após esse evento, pude perceber que o liberalismo e a máxima do “tem nada a ver” têm infectado a Igreja e o povo de Deus. É comum se utilizar a declaração de que a Bíblia não nos proíbe nada, sob a perspectiva de que tudo me é lícito, e que imputar proibições seria, na verdade, uma prática legalista. Veja, essa é, na verdade, uma declaração falaciosa. Legalismo, na verdade, é utilizar a Palavra de Deus para pecar. Legalismo é isolar um versículo da Bíblia, e porque este diz, dentro de um contexto, que todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm (1 Co 6:12), esquecer todo o restante da Bíblia. O verdadeiro legalismo é utilizar as Escrituras como meio de justificação para a prática do pecado!

Entrando mais a fundo no cerne desse artigo, têm surgido, de forma reiterada, notícia pós-notícia de que cantores do mundo gospel estão entoando músicas seculares, ou até mesmo frequentando shows da mesma espécie. Desde Kleber Lucas, Thales Roberto, Perlla, Priscila Alcântara e agora o vocalista do Oficina G3, Mauro Henrique, as notícias não param de surgir.

O pior é que essa gente tem arrastado um caminhão de incautos. São líderes sem compromisso verdadeiro com Deus, amantes mais dos seus prazeres do que da presença do Altíssimo. Estamos vivendo tempos em que o diabo tem entrado nas Igrejas, tomando a adoração para si; tempos em que não há mais adoração, e sim desejos, pecados, lucros exacerbados e autopromoção.

Daria para escrever um artigo sobre cada um desses “crentes” citados acima, mas quero me ater apenas à justificava do último deles, Mauro Henrique. Ao ser questionado sobre o fato de ter cantado Beatles em determinado show, a sua resposta foi a seguinte: “Essas oportunidades fazem com que as pessoas que têm algum preconceito da religião percebam que não somos bitolados. Tenho uma relação boa com vários artistas seculares. Música para mim, é música1.” E aí está o motivo pelo qual a simbiose de cantores evangélicos com o mundanismo tem se tornado cada vez mais frequente.

O cerne da questão, como sempre, está no coração. A música, de fato, é algo bastante envolvente, e o fato de músicos que se intitulam cristãos sucumbirem à música mundana ocorre porque estes amam mais a música do que a Deus. Para eles, a música dá tanto prazer que, embora não glorifique a Deus, as suas carnes não conseguem resistir. São pouco, ou quase nada, conhecedores da Palavra de Deus, sempre utilizando a máxima “não julgueis” ou “Deus é que é o juiz”, ou ainda “não seja legalista” para justificarem suas práticas cheias de satisfação egocêntrica e mundana. Hipócritas! Não têm qualquer temor ou reverência a Deus.

Falsos cristãos, amantes de si mesmos, amigos do mundo e dos prazeres do mundo! Eles escarnecem do evangelho e do nome do Senhor Jesus, gerando escândalos e profanando o nome Santo do Senhor, dando mal testemunho e impedindo que o pecador caído se aproxime de Deus! Como a Palavra do Senhor assegura, serão responsabilizados: “E disse aos discípulos: É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem! Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma mó de atafona, e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequenos.” Lc 17:1-2.

Deus, segundo a Sua Santa Palavra, procura adoradores em Espírito e em verdade. Aqueles, porém, têm profanado o altar de Deus. Deus não habita em meio ao pecado e a Justiça de Deus não tardará em se cumprir.

Há quanto tempo você não vê um aleijado levantar de uma cadeira de rodas? Há quanto tempo você não vê um cego retomar a visão? Há quanto tempo você não vê um portador de AIDS ser curado? Se é que você viu um dia. Ora, Deus mudou? Decerto que não. Deus continua o mesmo. A verdade é que o povo de Deus, ao contrário do que havia na Igreja primitiva (E em toda alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. At 2:43), não há mais temor ao Senhor. Pessoas têm “saído” do mundo com seus vícios e desejos e não permitem que Deus as liberte. Então começam a subir nos púlpitos para cantar, mas com o coração na MPB, no funk e no pop rock. Não se engane, Jesus disse que onde estiver o seu coração, ali estará o seu tesouro.

A Palavra do Senhor nos garante que Deus não relativizou Sua Santidade. O que ocorreu é que Aquele que é Santo, Jesus Cristo, pagou o preço por todos que lhe têm como Senhor e Salvador. E nestes, habita o Espírito Santo de Deus. Ser templo de Deus significa ouvir a voz do Senhor e permitir que Ele nos transforme. Todavia, aqueles que não têm qualquer convencimento de seus pecados assim o estão por não ouvirem mais a voz do Senhor. Suas consciências estão cauterizadas e, como mortos, já não sentem a dor e a culpa pela prática do pecado. A ira de Deus continua existindo, e tem aumentado a cada dia, até que o cálice da ira de Deus transbordará!

Se você se diz crente em Jesus Cristo e não teve sua mente transformada, libertando-o de seus velhos prazeres, práticas e condutas, sinto lhe dizer que você precisa de conversão. Você pode até ainda não conseguir vencer suas lutas contra o pecado, mas o que não pode acontecer, de maneira nenhuma, é você conviver com o pecado achando que em Jesus você pode fazer o que quiser sem qualquer consequência. É a podridão do pecado não te incomodar mais. É você estar com sua mente cauterizada e dormente. É o mundanismo ser tratado como normal e o santo passar a se misturar com o profano.

O Apóstolo Paulo nos diz que, em Cristo temos nossa mente renovada: “E não vos conformeis com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. Rm 12:2. Este termo (renovação) no grego é metanoia, ou seja, completa transformação da mente em Cristo Jesus. Mas atente ao início do versículo: “E não vos conformeis com este mundo”. Conformar com este mundo é tomar a forma do mundo! Faça um exercício voltando ao exemplo no início desse artigo, e reflita: ao ver aquela cena, você diria que se tratava de pessoas do mundo ou crentes em Jesus?

Ainda com relação à declaração do vocalista do Oficina G3, se ser bitolado é odiar o pecado e o modelo desse mundo, então eu sou sim bitolado, e graças a Deus por isso!

A Bíblia diz: “Apartai-vos de toda aparência do mal”. 1 Ts 5:22. Ora, só a aparência do mal já é algo pecaminoso!

Queridos, a música tem em si uma característica de adoração. Ela penetra no coração! O que tem entrado no seu coração? Você tem guardado seu coração a Deus? Se você ainda tem necessidade de viver as coisas outrora vividas, precisa permitir que Jesus o liberte completamente. Clame a ele e odeie o pecado!

Igreja, clamo com o mais profundo da minha alma: não relativize as verdades de Deus. Não perca tempo com o mundo, nem entregue seu coração àquilo que quer ocupar o lugar do Senhor! A sua comunhão com Deus e a sua eternidade são valiosas demais para serem arriscadas com algo que fará você se parecer com o mundo e com aqueles que escarnecem ao Senhor Jesus!

Apenas a título de exemplo, um dos maiores compositores de música clássica do séc. XIX, Richard Wagner, era satanista declarado, e muitos cristãos o ouvem, sem saber, até os dias de hoje. Cuidado com o que você ouve e adora! Não arrisque. Você tem muito a perder…

Por fim, não conheço um herói da fé que tenha tido profunda intimidade com Deus e tenha perdido tempo com a adoração e o padrão deste mundo!

Que nosso Senhor Jesus te abençoe grandemente e lhe discernimento espiritual para que você não seja enganado por este mundo caído.

Grande Abraço,

_________________________
Hélio Roberto

Casado com Hellen Sousa e pai da princesa Acsa Sousa. Servidor Público Federal, graduado em Teologia e em Gestão Pública. Diácono e Líder do Ministério de Acolhimento da Igreja Batista Cristã de Brasília. Contato para ministração e estudos bíblicos: helior.ssousa@gmail.com