PARANÁ

terça-feira, 26 de maio de 2009

Violência sexual de crianças: Um mau que não tem fim

Gomes Silva
Jornalista

Há muito se fala em violência sexual de crianças e adolescentes no mundo. Mas, principalmente no Brasil esse tipo de violência vem tirando o sono das autoridades e entidades sérias que têm lutado arduamente para pô-la no ralo da inadmissibilidade. Admitir esse tipo de exclusão social só na mente insensível daqueles que se aproveitam da miserabilidade porque passam as famílias e usam os indefesos ante a sua necessidade.

Infelizmente a exploração sexual de crianças e adolescentes é muito maior do que a sociedade – em boa parte apática quanto ao problema -, imagina. Talvez seja esse o motivo da sua apatia. Pouco se tem feito para evitar essa desvalorização da vida das vítimas.

Aqui em Campina Grande, o promotor da Infância e da Juventude, Herbert Targino, tem feito até o impossível para cumprir seus deveres enquanto investido dessa responsabilidade. Mas tem encontrado muitas dificuldades, assim como outras pessoas ou instituições que têm lutado para evitar que tantos pequeninos continuem sendo molestados e para que outros tantos não sejam ludibriados pelas mentes doentias, que provocam vexames através dos dados levantados sobre o problema.

Claro está que o problema se avoluma nas camadas mais carentes, onde crianças e adolescentes, que, na busca de meios para suprir suas necessidades, acabam “fazendo qualquer negócio”. Muitas dessas crianças aceitam serem exploradas sexualmente – de várias maneiras -, recebendo, para isso, drogas, roupas, promessas infundadas e dinheiro que, às vezes, não dá nem para comprar o mínimo necessário para saciar a fome.

Se uma pessoa andar, cuidadosamente, pelas ruas de Campina Grande – ou ainda passar pela Praça da Bandeira, Açude Velho, Açude Novo e em parte da Avenida Canal -, vai presenciar crianças e adolescentes pedindo esmolas para sobreviver (quando os pais irresponsáveis deveriam trabalhar para sustentá-las). E é, em momentos como este, que as mentes capciosas agem sutilmente para atrair o corpo que melhor lhe convir aos seus desejos carnais.

Aqui no Brasil tudo isso é feito como se fosse uma coisa normal. Os “investidores” “desconhecem” as punições previstas pelas leis. Mas, que leis? Aquelas que funcionam apenas para prender os pequenos enquanto os “grandes” se deleitam e se aproveitam da miséria dos outros? Aliás, quem foi o último a ser preso no Brasil por causa da exploração sexual? Um ou dois. Isso não é pouco para o grande número de casos registrados? Ah, agora estou lembrando...! Aquele cidadão que molestou a enteada foi preso! E os que estão levando crianças e adolescentes para os motéis, para os “matagás”, trocando o prazer sexual por roupas, drogas, míseros trocados de reais, e que depois se lavam (embora a sujeita moral permaneça sobre sua vida) e vão embora, descaradamente, sem qualquer intervenção de quem de direito e dando um “tchauzinho” para as leis e para os defensores dos direitos da criança e do adolescente?

Quando é que o governo brasileiro vai se mover para agir contra esse caos? Ta na hora do presidente esquecer os interesses internacionais em cima do nosso sofrido país (ou, sem grandes problemas conforme assegura o próprio inquilino do Palácio da Alvorada) e voltar-se para as causas que têm colocado o país no topo das estatísticas da exploração sexual.

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