Por: Gomes Silva
Quando Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a Presidência do Brasil, em 2003, foram intensificadas as viagens presidenciais aos países da América do Sul – o que não ocorreu com frequência na gestão Dilma Rousseff. Nas viagens de Lula, principalmente, foram anunciados diferentes acordos bilaterais e regionais e obras de empreiteiras brasileiras na região, conforme matéria publicada pela BBC Brasil em 30 de julho de 2015.
Segundo a matéria, o
período coincidiu ainda com a maior presença da Petrobras na região, incluindo a
Bolívia.
A Petrobras tem o direito
de produzir 70% da produção do gás daquele país, mas, com os investimentos da
empresa estancados, o país já busca outros parceiros.
Mas, como já sabemos, a Venezuela
sempre encabeça a lista dos países mais corruptos da América Latina enquanto
que Uruguai e Chile são os mais 'limpos', segundo o relatório da Transparência
Internacional. Particularmente, eu tenho dúvida quanto a esse relatório.
Mas o que me chama atenção
é o fato de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido no âmbito do
Ministério Público Federal, como o líder de uma “cadeia” de corrupção, ser,
também, ovacionado como sendo o principal motivador do regime comunismo,
principalmente na América do Sul, e, além do mais, o seu trânsito livre em países
que já instituíram o socialismo marxista.
Alega-se que, em todo o
tempo, esses países conviveram de mãos dadas com a corrupção. Tudo bem. Mas foi
a partir da participação de Lula nas negociações envolvendo os governos latino-americanos
com empreiteiras brasileiras, que esse volume de corrupção se agigantou e não
encontrou, até agora, uma solução plausível para solucionar o problema. E o que
é irritante é saber que o governo brasileiro financiava construções fora do
País e que parte do dinheiro retornava para o Brasila, através do Instituto
Lula.
E tem cada contradição
que é de arrepiar. Lembro-me que em 2015, o presidente Nicolás Maduro, da
Venezuela, chegou a liderar uma manifestação em Caracas contra a corrupção. Contrariando
àquela passeata, Maduro aparece nas manchetes de jornais, TVs e portais
internacionais como tendo recebido 35 milhões de dólares da Odebrecht, que,
segundo a delação do presidente da Odebrecht/Venezuela, Euzenando Azevedo, a
empreiteira financiou a campanha do déspota venezuelano.
E o que é pior. Todos os
presidentes envolvidos com a corrupção desenfreada, conforme atestada pelas as
autoridades desses países, negam peremptoriamente ter recebido como propina. Até
parece que os envolvidos combinaram o que iriam dizer à Justiça: “Eu recebi
dinheiro para a campanha, mas foi feita a prestação de contas junto à justiça
eleitoral”. E até afirmam: “Envolver o meu nome em corrupção comprova a
perseguição a minha pessoa”.
Já na Bolívia, a
corrupção e o narcotráfico sempre encabeçaram os dois problemas que mais
envergonham aquela nação, seguido pelo desemprego. Não é por acaso que o
presidente Evo Morales chegou a ter uma reprovação de 53 por centro.
Aqui no Brasil, o
ex-presidente Lula diz que “não sabia de nada”. Nem mesmo o que fazia a sua
esposa Marisa (in memorian), embora eles tenham constituído família há décadas.
A ladainha é a mesma na América do Sul – tomada pela corrupção por
irresponsáveis que “compram” a consciência do povo para se perpetuar no poder.
Infelizmente, esse mesmo povo se deixa levar pelas mentiras desses agentes
políticos e ainda os ovacionam como herói.