Pr. Gomes Silva
Na sexta-feira “santa” é peculiar haver em quase todas as
cidades do Brasil a chamada “Procissão do Senhor Morto”. Mas de onde vem essa
tradição católica?
Estudos de pessoas ligadas à Igreja Católica apontam
Portugal, país onde se originou a Procissão do Senhor Morto (ou do Enterro),
pela devoção dos fiéis, nos fins do século XV e princípios do século XVI. Seu
início se deu em um mosteiro beneditino de Vilar dos Frades, de onde se
estendeu a todas as Catedrais e paróquias de Portugal. Esteve esta procissão
muito difundida em Portugal e foi seguida durante muitos anos no Rito Romano.
Hoje, a procissão é realizada em vários países.
Contudo, antes das manifestações em Portugal, a procissão já
era uma prática condenável pelo Senhor. O profeta Isaías, cerca de 700 anos
antes de Cristo, registrou no capítulo 45:20 e 22 a rejeição de Deus a esse
gesto: “(...) Nada sabem os que carregam
em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeiras, e rogam a um
deus que não pode salvar. Olhai para mim e sede salvos (...), porque eu sou
Deus, e não há outro”.
Ao comentar Isaías 45:20,22 o escritor Raymund C. Ortlund,
Jr. (em “Isaías – Deus Salva os Pecadores”, Editora CPAD, Rio de Janeiro, ano:
1999), chama-nos atenção para a maneira como Deus nos convida para repensar a
nossa vida e a ter cuidado com os ídolos.
Segundo Raymund, o problema com nossos ídolos não é que eles
se quebram de vez em quando, como objetos domésticos. “O enigma é que eles são
completamente inúteis. Quando parece que eles estão nos ajudando, estamos de
fato experimentando a bondade de Deus, mas sem agradecer a Ele (Rm 1:21). Não
existe vida, nem salvação, nem esperança nenhuma exceto exclusivamente em Deus.
Cabe a nós dar as costas aos nosso ídolos inúteis e voltar a procurar o Deus
vivo. Se assim fizermos, experimentaremos a salvação, porque Ele não pode deixar
de ser Deus para nós. A finalidade da criação e da história é que o Senhor seja
glorificado através da nossa salvação, que vem de Deus”, afirma.
Então, fazer procissão e sacrifício a um “senhor morto” não
vai sensibilizar o coração do Altíssimo. Primeiro, porque Jesus Cristo não está
morto. Vivo Ele estar e no momento certo retornará para buscar a igreja
redimida pelo seu sangue (Mateus 25:1-13; 1 Tessalonicenses 4:13-18); segundo,
Deus não se agrada de sacrifícios. Em 1° Samuel 15:22-23, o autor do livro
escreve: “Tem, porventura, o Senhor tanto
prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra Dele? eis
que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, do que a gordura de
carneiros. porque a rebelião é como o pecado de adivinhação (feitiçaria), e a
obstinação é como a iniqüidade de idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra
do Senhor, ele também te rejeitou, a ti, para que não sejas rei.”
Quando uma pessoa, uma multidão – seja lá quem for -, está
incorrendo no erro de sacrificar tempo, dinheiro para “patrocinar” e participar
de uma procissão com uma espécie de adorar a deus (com “d” minúsculo) ou até
mesmo expondo seu corpo (costa) para ser cortada a base de chicote, como
acontece em alguns lugares aqui no Brasil, estão simplesmente praticando
idolatria, negando o sacrifício de Jesus e se distanciado ainda mais do Deus
Verdadeiro, uma vez que Jesus Cristo já pagou o preço de nossos pecados lá na
Cruz.
Portanto, muitos enveredam pelo caminho enganoso ao submeter-se
a essas tradições pensando que seus pecados serão perdoados, mas não se
submetem à Palavra de Deus, a única que dá ao homem a certeza de salvação: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos
libertará”, disse Jesus (João 8:32). Jesus é essa verdade libertadora (João
8:36), que o homem pecador precisa para ser perdoado, restaurado, regenerado,
justificado e salvo.
Concluimos com o que escreveu o apóstolo Paulo aos Romanos
6:15-18 -“Pois quê? Havemos de pecar
porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum. Não
sabeis que daquele a quem vos apresentais como servos para lhe obedecer, sois
servos desse mesmo a quem obedeceis, seja do pecado levando para a morte, ou da
obediência levando para a justiça? Mas graças a Deus que, embora tendo sido
servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes
entregues; e libertos do pecado, fostes feitos servos da justiça”.