Gomes Silva
Jornalista
Jornalista
Mais um triste acontecimento é
registrado na política da Paraíba. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB/RJ) visitou João Pessoa nesta sexta-feira objetivando discutir dois
importantes temas: A Reforma Política e o Pacto Federativo. Essas atividades
integram o projeto "Câmara Itinerante”, que leva parlamentares a todas as
regiões do país. Contudo, na Paraíba o parlamentar sequer foi à Tribuna, por
conta das vaias que recebeu na ocasião.
Dois deputados estaduais estão
sendo acusados de promover essa balbúrdia registrada na Casa de Epitácio
Pessoa: Anísio Maia (PT) e Estela Bezerra (PSB), que levaram pessoas ligadas a
movimentos sociais.
Estela disse à Imprensa da
Capital que, o que foi proposto por ela foi um debate de ideias e que Eduardo
Cunha recusou a presença dos manifestantes.
A pergunta que faço: Era necessária
a presença de representantes desses movimentos numa sessão em que os deputados
seriam ouvidos sobre a Reforma Política e o Pacto Federativo? Esse debate de idéias
não era entre os deputados? Eles teriam, sim, todo direito de ouvir a sessão da
parte destinada ao público.
Só que, pelo visto, os
representantes do PT e PSB não poderiam debater esses assuntos sem os
bagunceiros de plantão, muitos deles incentivados pelas benesses do poder? Esses
deputados são incapazes de dialogarem sem briga, sem acusações, sem nervosismo,
sem palhaçada? Inclusive com dilaceração do patrimônio público, como aconteceu
na ALPB e objetos atirados contra Eduardo Cunha? (veja vídeo do Wscom.com.br)
Pessoas como esses dois deputados
podem exigir educação de qualidade? Eles podem exigir respeito? Eles podem deprecar
ética no parlamento? Nada disso. Os dois citados em matérias jornalísticas mostraram,
assim, falta de educação no mesmo local de onde deveriam ser exemplos. Não, não!
Eles mancharam este capítulo de nossa política estadual.
Estela garantiu que vai processar
Eduardo Cunha por “injúria” em função de ter lhe acusado de “incentivar” o
protesto ocorrido hoje na Assembleia Legislativa da Paraíba. Mas, se havia um
prenúncio, através do presidente do PSB-JP, Ronaldo Barbosa Ferreira, conforme
denúncia do deputado federal, Manuel Júnior, de que isto iria acontecer, e a
proposta de Estela era, pelo visto, para os baderneiros participarem, fica
claro que eles são os culpados, sim, por tudo que aconteceu na Assembleia
Legislativa.
CONTRASENSO – I
O presidente da Executiva do PSB
em João Pessoa, Ronaldo Barbosa, emitiu uma nota em solidariedade aos deputados
Anísio Maia (PT) e Estela Bezerra (PSB). Até aí ele tem todo direito de
defender os dois amigos depois dessa lambança toda.
Mas não me conformo com algumas
justificativas de Ronaldo. Ele disse que as manifestações organizadas pelos
movimentos sociais e sindicais são legítimas e demonstram as insatisfações
destes segmentos contra Eduardo Cunha, que, de forma autoritária, se revela
como defensor de práticas antidemocráticas e contrário aos interesses da
maioria da população. Que práticas
antidemocráticas são essas e quem forma
essa maioria da população a que o senhor se refere, Ronaldo? Que maioria é
essa? Respostas para gomessilva13@hotmail.com
CONTRASENSO - II
Mais adiante ele diz: "Não
se pode esquecer que os movimentos sindicais e sociais tem sua própria
autonomia, conquistada na luta (concordo, acréscimo meu) e que não é este
senhor Cunha que vai impedir as lutas destes movimentos".
Mas, Ronaldo, quer dizer que
esses movimentos sindicais também conquistaram o direito de bagunçar quando não
forem chamados à mesa?
O deputado sai de Brasília com a
melhor das intenções para discutir assuntos que dizem respeito à política
partidária e que são para o bem do País da roubalheira, das falcatruas etc e
que serão votados – aprovados ou não -, nos parlamentos em Brasília, ou seja, em
âmbito nacional. E esses representantes de movimentos sociais queriam o que sentados
nas poltronas da AL naquela sessão? A Assembléia Legislativa convocou-os para
discutirem o assunto? Só sei que foram de atrevidos. Aliás, atrevimento é o que
não falta a muitos desses baderneiros.
Gente, vamos viver a democracia brasileira(?)
sem praticar baderna. Respeitando o outro. Discuta o que é melhor para cada
classe social sem agressão, calúnia e apedrejamento.