PARANÁ

sexta-feira, 10 de abril de 2015

A BADERNA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA


Gomes Silva
Jornalista

Mais um triste acontecimento é registrado na política da Paraíba. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ) visitou João Pessoa nesta sexta-feira objetivando discutir dois importantes temas: A Reforma Política e o Pacto Federativo. Essas atividades integram o projeto "Câmara Itinerante”, que leva parlamentares a todas as regiões do país. Contudo, na Paraíba o parlamentar sequer foi à Tribuna, por conta das vaias que recebeu na ocasião.

Dois deputados estaduais estão sendo acusados de promover essa balbúrdia registrada na Casa de Epitácio Pessoa: Anísio Maia (PT) e Estela Bezerra (PSB), que levaram pessoas ligadas a movimentos sociais.

Estela disse à Imprensa da Capital que, o que foi proposto por ela foi um debate de ideias e que Eduardo Cunha recusou a presença dos manifestantes.

A pergunta que faço: Era necessária a presença de representantes desses movimentos numa sessão em que os deputados seriam ouvidos sobre a Reforma Política e o Pacto Federativo? Esse debate de idéias não era entre os deputados? Eles teriam, sim, todo direito de ouvir a sessão da parte destinada ao público.

Só que, pelo visto, os representantes do PT e PSB não poderiam debater esses assuntos sem os bagunceiros de plantão, muitos deles incentivados pelas benesses do poder? Esses deputados são incapazes de dialogarem sem briga, sem acusações, sem nervosismo, sem palhaçada? Inclusive com dilaceração do patrimônio público, como aconteceu na ALPB e objetos atirados contra Eduardo Cunha? (veja vídeo do Wscom.com.br)

Pessoas como esses dois deputados podem exigir educação de qualidade? Eles podem exigir respeito? Eles podem deprecar ética no parlamento? Nada disso. Os dois citados em matérias jornalísticas mostraram, assim, falta de educação no mesmo local de onde deveriam ser exemplos. Não, não! Eles mancharam este capítulo de nossa política estadual.

Estela garantiu que vai processar Eduardo Cunha por “injúria” em função de ter lhe acusado de “incentivar” o protesto ocorrido hoje na Assembleia Legislativa da Paraíba. Mas, se havia um prenúncio, através do presidente do PSB-JP, Ronaldo Barbosa Ferreira, conforme denúncia do deputado federal, Manuel Júnior, de que isto iria acontecer, e a proposta de Estela era, pelo visto, para os baderneiros participarem, fica claro que eles são os culpados, sim, por tudo que aconteceu na Assembleia Legislativa.

CONTRASENSO – I
O presidente da Executiva do PSB em João Pessoa, Ronaldo Barbosa, emitiu uma nota em solidariedade aos deputados Anísio Maia (PT) e Estela Bezerra (PSB). Até aí ele tem todo direito de defender os dois amigos depois dessa lambança toda.
Mas não me conformo com algumas justificativas de Ronaldo. Ele disse que as manifestações organizadas pelos movimentos sociais e sindicais são legítimas e demonstram as insatisfações destes segmentos contra Eduardo Cunha, que, de forma autoritária, se revela como defensor de práticas antidemocráticas e contrário aos interesses da maioria da população.  Que práticas antidemocráticas são essas e quem forma essa maioria da população a que o senhor se refere, Ronaldo? Que maioria é essa? Respostas para gomessilva13@hotmail.com

CONTRASENSO - II
Mais adiante ele diz: "Não se pode esquecer que os movimentos sindicais e sociais tem sua própria autonomia, conquistada na luta (concordo, acréscimo meu) e que não é este senhor Cunha que vai impedir as lutas destes movimentos".

Mas, Ronaldo, quer dizer que esses movimentos sindicais também conquistaram o direito de bagunçar quando não forem chamados à mesa?

O deputado sai de Brasília com a melhor das intenções para discutir assuntos que dizem respeito à política partidária e que são para o bem do País da roubalheira, das falcatruas etc e que serão votados – aprovados ou não -, nos parlamentos em Brasília, ou seja, em âmbito nacional. E esses representantes de movimentos sociais queriam o que sentados nas poltronas da AL naquela sessão? A Assembléia Legislativa convocou-os para discutirem o assunto? Só sei que foram de atrevidos. Aliás, atrevimento é o que não falta a muitos desses baderneiros.

Gente, vamos viver a democracia brasileira(?) sem praticar baderna. Respeitando o outro. Discuta o que é melhor para cada classe social sem agressão, calúnia e apedrejamento.