Gomes
Silva
Nesta
segunda-feira (12/09), o Brasil e, especificamente a Comunidade Evangélica,
perdeu um de seus maiores expoentes da palavra de Deus: Paulo Romão Solonca,
pastor emérito da Primeira Igreja Batista de Florianópolis (SC).
Chamado
e vocacionado por Deus para a missão do discipulado, o pastor e escritor Paulo
Solonca encerrou seu período transitório aqui na terra, onde deixou seu legado
a ser seguido por aqueles que vislumbram – como ele próprio – dias melhores
para a igreja que investe em discipulado e o bem-estar da família. Não foi por
acaso que ele disse: “Discipulado é um trabalho artesanal. Não se produzem
discípulos em série, nem em massa. Isto custa tempo, dedicação e paciência”.
Aliás, paciência era o que não lhe faltava.
Foi
graças a “paixão” pelo discipulado do então garoto Paulo Solonca, que um grupo
de jovens passou a se reunir em 1973, na Rua Costa Barros, Vila Alpina-SP, para
estudar, compartilhar a Palavra de Deus e orar sob a responsabilidade do irmão
Solonca. Um ano depois, no dia 23 de dezembro de 1974, num culto solene
realizado no templo da I.B. de Casa Verde, foi organizada a Igreja Batista
Pedras Vivas, com trinta e três membros, incluindo Paulo Solonca, já ordenado
pastor daquela. Posteriormente, chegou a dirigir diversas igrejas, sendo a mais
conhecida a Primeira Igreja Batista de Florianópolis da qual foi seu pastor
titular pelo período de 17 anos.
Apaixonado
pela vida abundante oferecida por Jesus, de que se considerava um discípulo,
Solonca foi acompanhando a evolução do tempo e da tecnologia, ampliando seus
conhecimentos na área teológica e transmitindo-os a outrem da mesma forma como
outro Paulo, o apóstolo, havia instruído o garoto Timóteo (2 Tm 2:1-4) na sua
missão pastoral. Sua versatilidade na explanação do Evangelho de Jesus Cristo e
o seu entusiasmo no preparo de lideranças comprometidas com o Reino de Deus
proporcionaram a ele todas as condições para gravar nas páginas de diversos
livros o que achava de mais importante para a vida dos servos de Deus: seja
ministério, seja família.
Como
escritor, Paulo Solonca escreveu vários livros de reflexão espiritual e da
série de Manuais para Discipulado editado pela SOCEP (Sociedade Evangélica de
Publicações); era graduado e docente do Instituto Haggai do Brasil e colaborou
com outros ministérios como o TOPIC (Trainers Of Pastors International
Coalition), AICP (Aliança Internacional de Capacitadores de Pastores), além de
sido um dos fundadores da Associação de Discipuladores Cristãos - ADC.
Durante
30 anos de ministério, aconselhando e ministrando para casais, Solonca contava
com a companhia e o apoio irrestrito da sua esposa, Noêmia Solonca, com a qual
escreveu alguns livros, entre eles: “Discipulando Casais”. De união conjugal
nasceram três filhos: Milca, Keila e Jason.
Como
conferencista, Paulo Solonca era um dos mais conceituados no Brasil nas áreas
da família, discipulado e liderança cristã. Conheceu centenas de grande
cidades, principalmente do Brasil. Uma delas é Campina Grande(PB), onde foi
palestrante do Encontro Para a Consciência Cristã nas edições de 2008, 2009,
2010 e 2011. Na Rainha da Borborema sempre deixou a sua admiração pela
Consciência Cristã a partir da “coragem”, determinação dos que o fazem e pela
participação voluntária de centenas de irmãos. Mas, mas nunca se esqueceu dos
pilares em que o evento está focado: Exaltar a pessoa de Jesus Cristo, edificar
a Igreja, defender os princípios da fé cristã e propagar o evangelho da cruz. E
sempre expressava o seu entusiasmo com a possibilidade de um avivamento no País
a partir de Campina Grande.
Contudo
- e mesmo sendo a pessoa admirável por aqueles que o conhecia -, Paulo Solonca
era um pensador. Acompanhava os fatos mais importantes do Brasil e do Mundo,
independente da área, sempre expressando sua opinião.
Para
os que pensavam em desistir, ele dizia: “A pessoa que decide parar para esperar
que as coisas melhorem, verificará mais tarde que aquele que não parou e
colaborou com o tempo - está tão longe que jamais poderá ser alcançado”.
Para
os orgulhosos, dizia Solonca: “O maior inimigo do homem é o seu próprio
"EGO". Já dizia Tiago "Cada um é tentado segundo a sua própria
cobiça, sendo por ela arrastado e seduzido. Este desejo gera o pecado e o
pecado, apos consumado, gera a morte". Talvez você não seu deu conta de
quão egoísta você tem sido desde a sua infância. Que tal, a partir de hoje ser
mais altruísta”?
Solonca
sempre discordou dos seguidores de Calvino e de Armínio, exortando-os: “Nem
Calvino nem Armínio. Apenas Cristo, o Filho do Deus Altíssimo. Ele é o Caminho,
a Verdade e a Vida. NEle estão ocultos todos os tesouros do conhecimento.
Perdem tempo os que constroem sua fé e valores sobre a pretensa sabedoria
humana”.
Sobre
teologia, dizia aquele discípulo de Cristo: “Prefiro ficar junto dos ´remadores
do último porão´ do que perder meu precioso tempo discutindo teologia e
assuntos relacionados à letra que alimenta a soberba, separa, confunde, divide
e mata”.
E
para ele, ao chegar à presença de Deus, afirmava: Quando chegarmos à
eternidade, seguramente vamos ouvir do Senhor dos Senhores: "Vocês
complicaram tudo".
"Combati
o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé". "Porquanto pra mim o
viver é Cristo, o morrer é ganho".