Pr. Gomes Silva
Mesmo antes das últimas eleições
presidenciais, falava-se que o nosso País estava prestes a enfrentar uma de suas
maiores tempestades administrativas. As previsões passadas, que vislumbravam praticamente
apenas malefícios no campo da singularidade – principalmente na área econômica
do Governo Federal -, hoje foram pluralizadas devido a gama de prejuízos para o
povo brasileiro.
Não são apenas os problemas do plano
econômico que se tornaram um caos no Brasil. Juntam-se a eles os de outros
campos, cruéis da mesma forma. Um exemplo é o da política. Ela enfrenta,
talvez, o pior descrédito desde o período ditatorial. Ou seja, nem mesmo no famigerado
Governo Fernando Collor de Melo se viu tantas crises administrativas (entre as
que foram publicizadas) do que no de Dilma Rousseff II. Sem falar em campos
como agricultura, segurança pública, educação, Previdência Social, saúde e até o
esporte bretão (Leia-se Confederação Brasileira de Futebol – CBF e seus
filiados atolados em dívidas com a Previdência Social e trabalhistas).
A crise brasileira se agrava sem as mudanças
das reformas estruturais, que tanto se esperava para este segundo governo da
presidente Dilma Rousseff, a exemplo do Código Penal Brasileiro; uma melhor
explicação e forma de discutir a maioridade penal para menores de 16 anos; a
reforma política que ainda não saiu do campo das discórdias; a tão esperada
substituição do ICMS por um imposto cobrado sobre a movimentação financeira
realizada na unidade, que seria uma medida – em minha opinião -, racional e que
asseguraria a cada ente federado, a autonomia para definir sua arrecadação, sem
interferir na arrecadação dos demais e sem interferência do poder central,
embora tenhamos a consciência de que esse tipo de tributação exige medidas
monetárias complementárias que já poderiam ter sido abraçadas no Brasil e que
são de fácil e inadiável implantação.
Aliás, quem não se lembra do dia 8 de março
último? Durante plena comemoração do Dia Internacional da Mulher, Dilma reconheceu,
em rede nacional de mídia, que “a crise brasileira era grave”.
Na realidade, a presidente está se enrascando.
E os números da pesquisa do DataFolha, colocando o Governo Dilma Rousseff com o
péssimo índice de avaliação dos governos federais de todos os tempos, com 71%
de rejeição, sendo pior que a avaliação final do Governo Collor, que acabou em impeachment,
levam-na ao desconforto do abandono. Vários partidos, como PDT e PTB já pegaram
o boné e tomaram uma postura de “libertação” das benesses do Palácio do
Planalto, abdicando de ministérios e outros privilégios para votar como
quiserem a partir de agora.
Concordo, sim, com a análise do Frei Betto,
publicada pela Rede Brasil Atual, na qual afirma: “ao jogar a governabilidade
nos braços do mercado financeiro e do Congresso, em vez de investir na agenda
de reformas, como a tributária e a política, o governo tenta colher frutos onde
não semeou”.
E ai vai acontecer a máxima de que, “colhe-se
daquilo que fora plantado”.