PARANÁ

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

PMDB não pose ser acusado de traidor

Gomes Silva - Jornalista
 
Após o PMDB-PB ter anunciado apoio à candidatura a reeleição do governador Ricardo Coutinho, começou outra guerra pelas redes sociais, sobretudo pelo Facebook. É incrível como as pessoas julgam um fato sem noção exata da contextualização política em nível nacional. As críticas a José Maranhão, Veneziano, Vitalzinho & Cia foram feitas sem nenhuma análise abalizada, ou seja, feitas sem sentido.


Mas, para tudo que estou lendo e ouvindo tem uma explicação. É o que vou tentar passar para meus leitores internautas. Se é que tem alguém que leia o que escrevo sem paixão e sem cor partidária. Até porque fiquei fora da atual eleição.


Quando terminou o primeiro turno, dava-se como certo por alguns eleitores que os peemedebistas rumariam à casa do clã Cunha Lima no bairro do Alto Branco em Campina Grande. Chegaram a criar matérias e comentários através dos quais se dizia que Maranhão já havia decidido apoiar Cássio C. Lima antes do anúncio oficial do partido no tocante ao seu apoio neste segundo turno.


Só que muitos esqueceram que o governador Ricardo Coutinho não esperou a decisão nacional do seu partido, o PSB, derrotado com Marina Silva, e tão logo fora encerrada a apuração no Estado, anunciou imediatamente o seu apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff e deixou todos os peemedebistas numa “saia justa”.


Como o candidato a vice-presidente na chapa de Dilma é Michel Temer, do PMDB, os paraibanos não tiveram outra escolha a não ser optar pelo apoio a Ricardo Coutinho, único a oferecer, agora, palanque para Dilma-Michel Temer. Aí surgiram as polêmicas. Muitos eleitores – sem pensar racionalmente -, chegaram a dizer que Maranhão traiu os eleitores. Mas traiu como? Traição seria, sim, se os peemedebistas apoiassem Cássio, adversário do PMDB no que tange a conjuntura política nacional com Aécio Neves, do PSDB.


Com essa posição firme de Ricardo Coutinho, em apoiar Dilma, o atual vice-presidente da República, Michell Temer (muitos nem sabiam desse detalhe), amanheceu quarta-feira na Paraíba, dia do anuncio do seu partido no Estado sobre quem apoiaria no segundo turno. A conversa foi rápida e sem muita lengalenga.


Penso que foi mais ou menos assim: Michell Temer chegou e disse para a galera: Vamos ficar sem palanque na Paraíba? Vamos perder pra nós mesmos? Vamos abandonar o barco na reta final? Vocês vão me deixar só? E ninguém teve outra alternativa a não ser optar pelo apoio a Ricardo Coutinho. Sobre os acordos aí são outros 40, passando por secretarias e o comando do Legislativo Estadual (tudo isto é o que eu penso, não conversei com nenhum dos que lá estiveram presentes, ou seja, é uma interpretação pessoal).


A zanga dos eleitores do 45, no entanto, é porque eles davam como certa à adesão do PMDB à candidatura de Cássio Cunha Lima, o que acabou não acontecendo, tornando-se frustrante para os peessedebistas, pois veem, sim, maior probabilidade de Ricardo Coutinho acertar uma primeira no Segundo Turno com a energia positiva recebida do PMDB.


Agora, tinha algum peemedebista querendo apoiar Cássio? Claro. E não era apenas uma liderança. Eram muitas. Todavia, em muitos casos, quem determina é Executiva Nacional.


A “briga” é boa, mas precisamos racionalizar nossas opiniões. A paixão política e a cor partidária não podem sobressair às amizades, destruindo-as por causa de um posicionamento contrário ao nosso. Não. Todos tem os mesmos direitos de escolher seu candidato e votar conscientemente em quem achar melhor. Mesmo aqueles que já tenham sido eleitos.