Pr. Gomes Silva
Em Fortaleza-CE
Desde que saí de Picuí com a intenção de residir em outras terras com mais facilidade de trabalho e, conseqüentemente assegurar o sustento dos culumins (como se diz em Parnaína para a meninada), tenho percorrido vários estados do nosso País, principalmente no Nordeste, andando péssimos, bons e confortáveis ônibus, o tradicional vôo rasteiro (não tem mais acento no voo e ele insiste em continuar presente) e mantendo convivência com pessoas de diferentes traços culturais.
Em Fortaleza-CE
Desde que saí de Picuí com a intenção de residir em outras terras com mais facilidade de trabalho e, conseqüentemente assegurar o sustento dos culumins (como se diz em Parnaína para a meninada), tenho percorrido vários estados do nosso País, principalmente no Nordeste, andando péssimos, bons e confortáveis ônibus, o tradicional vôo rasteiro (não tem mais acento no voo e ele insiste em continuar presente) e mantendo convivência com pessoas de diferentes traços culturais.
Contudo, tenho encontrado centenas de “inimigos” nessas andanças nordestinas. Ele está lado a lado contigo, às vezes até lhe oferece alguma coisa para acionar o maxilar. E tem até momento que, dormindo, escora-se no seu ombro (ou braço), ronca que é “uma beleza”, mas é seu “inimigo”.
Mas como isto pode ser? Você já se imaginou viajando ao lado de alguém que sai da cidade contigo, não conversa, não lhe dá chance de abrir um diálogo, por cima ainda tapa os ouvidos com escutador de som ligado a uma celular; que, ao ser perguntado apenas diz: “sim” ou “não”? Tem mais: essa viagem entra dia e sai noite e os “mudos” continuam lado a lado. Eu não consigo andar com alguém sem manter qualquer diálogo. A menos que um inimigo da boa comunicação.