Joseane de Souza
Psicóloga
A valorização da família nos processos terapêuticos dos indivíduos é um procedimento conhecido pelas igrejas cristãs, que normalmente entendem que o sofrimento afeta a coletividade. Uma pesquisa desenvolvida pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), confirma esse princípio e sugere que mulher e filhos também devem ser tratados quando o homem apresenta problemas com o álcool. A terapia com a família é uma sugestão apontada na conclusão da tese de doutorado, desenvolvida pela psicóloga Joseane de Souza.
Para fazer sua análise, a autora do estudo entrevistou três membros – pai, mãe e um dos filhos na faixa etária entre nove e onze anos – de quatorze famílias atendidas em serviços públicos de saúde para tratamento de alcoolismo na cidade de Guarapuava, Paraná. Ela percebeu que nesses núcleos familiares, a relação entre mães e filhos apresenta mais afetividade do que na relação entre essas mulheres e seus maridos ou dos filhos com os pais.
Numa entrevista sobre a tese divulgada este ano pela USP, Joseane explica que “a relação afetiva entre mãe e filho, nesta faixa etária, tem sido positiva, pois quanto mais afetividade existe, menos sinais de depressão e problemas de comportamento a criança apresentava. Por outro lado, a literatura mostra que, nas famílias alcoolistas, os filhos mais próximos das mães acabam auxiliando-a no cuidado com o pai e os seus irmãos. O fato de assumir responsabilidade da qual ele ainda não está preparado pode predispô-lo para distúrbios psicológicos na vida adulta”.
Teoria sistêmica
O pano de fundo teórico da pesquisa é a Teoria Sistêmica da Família, desenvolvida por Salvador Minuchin, que observa as relações entre a ajuda profissional a um membro da família e mudanças desencadeadas nos demais. Assim, a pesquisa de Joseane aponta para a necessidade do tratamento se estender a todas as pessoas da família alcoolista. “Constatamos que há uma repetição no padrão comportamental dessas famílias: a maioria desses pais e dessas mães apresenta um histórico de alcoolismo na família de origem”, afirma a pesquisadora.
Alguns efeitos do alcoolismo na família, segundo a pesquisa, são sinais de depressão nas mães, que acabam sobrecarregadas. “Muitas eram as provedoras da casa, pois o marido estava desempregado”, explica Joseane. Outra constatação do estudo é a dificuldade dos pais falarem sobre os sintomas de depressão e rememorar relações traumáticas com a família de origem. A pesquisadora ainda sugere que, nestes casos, os filhos devem ser acompanhados até por volta dos 15 anos, quando inicia o processo de individualização. O acompanhamento das crianças e adolescentes pode evitar o desenvolvimento do alcoolismo na fase adulta.
Para fazer sua análise, a autora do estudo entrevistou três membros – pai, mãe e um dos filhos na faixa etária entre nove e onze anos – de quatorze famílias atendidas em serviços públicos de saúde para tratamento de alcoolismo na cidade de Guarapuava, Paraná. Ela percebeu que nesses núcleos familiares, a relação entre mães e filhos apresenta mais afetividade do que na relação entre essas mulheres e seus maridos ou dos filhos com os pais.
Numa entrevista sobre a tese divulgada este ano pela USP, Joseane explica que “a relação afetiva entre mãe e filho, nesta faixa etária, tem sido positiva, pois quanto mais afetividade existe, menos sinais de depressão e problemas de comportamento a criança apresentava. Por outro lado, a literatura mostra que, nas famílias alcoolistas, os filhos mais próximos das mães acabam auxiliando-a no cuidado com o pai e os seus irmãos. O fato de assumir responsabilidade da qual ele ainda não está preparado pode predispô-lo para distúrbios psicológicos na vida adulta”.
Teoria sistêmica
O pano de fundo teórico da pesquisa é a Teoria Sistêmica da Família, desenvolvida por Salvador Minuchin, que observa as relações entre a ajuda profissional a um membro da família e mudanças desencadeadas nos demais. Assim, a pesquisa de Joseane aponta para a necessidade do tratamento se estender a todas as pessoas da família alcoolista. “Constatamos que há uma repetição no padrão comportamental dessas famílias: a maioria desses pais e dessas mães apresenta um histórico de alcoolismo na família de origem”, afirma a pesquisadora.
Alguns efeitos do alcoolismo na família, segundo a pesquisa, são sinais de depressão nas mães, que acabam sobrecarregadas. “Muitas eram as provedoras da casa, pois o marido estava desempregado”, explica Joseane. Outra constatação do estudo é a dificuldade dos pais falarem sobre os sintomas de depressão e rememorar relações traumáticas com a família de origem. A pesquisadora ainda sugere que, nestes casos, os filhos devem ser acompanhados até por volta dos 15 anos, quando inicia o processo de individualização. O acompanhamento das crianças e adolescentes pode evitar o desenvolvimento do alcoolismo na fase adulta.
Fonte: Revista Soma