Pr. Gomes Silva
Esta semana tive uma conversa com uma jovem, integrante da Renovação Carismática Católica – a ECC. Nesse diálogo, a primeira pergunta dela foi sobre o meu ponto de vista em relação a Maria, mãe de Jesus Cristo (e não de Deus).
Minha resposta foi simples: Maria foi uma mulher abençoada por Deus, que cumpriu fielmente o que fora designado pelo Senhor. Contudo, não podemos dar a ela (Maria) o que a Bíblia não ratifica. Ela foi uma missionária, presente à reunião que culminou com a vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes e ajudou inúmeras igrejas a fazer missões.
Aquela jovem afirmou que me admirava pela postura de não falar de Maria – o que acontecia com outros protestantes.
Independente da idolatria daquela jovem carismática católica (ou falta de conhecimento bíblico?), não temos nenhuma autoridade para denegrir a pessoa de Maria, a mãe de Jesus. E de ninguém. Só um desinformado, sem conhecimento bíblico-teológico e alheio à verdade, teria uma postura como a esperada de nossa parte por parte daquela menina-moça.
Contudo, é de alvitre ressaltar que, na condição de Ministro do Evangelho, não podemos deixar a verdade entrar no mar de esquecimento. Ela precisa ser dita a quem a ignorar. E para assinalar essa assertiva, não podemos abdicar da Palavra de Deus. Quando Maria foi à casa de Zacarias e Izabel, na região montanhosa de Judá, cumprimentou Izabel, que estava grávida. Logo a criança saltou em seu ventre. Izabel, que ficou creia do Espírito Santo, exclamou: “
Bendita és entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre”. Foi quando Maria lhe disse: “
A Minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito exulta em Deus, o meu Salvador” (Lucas 1:39-56).
Se Maria reconhece o próprio filho como seu Salvador, como posso eu dizer, hoje, que ela é quem nos salva? Como posso afirmar que Maria é intercessora junto à Trindade se a Palavra de Deus diz no 1º livro de Paulo a Timóteo 2:5 – “Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem”? Não posso enganar ninguém, deixando de transmitir a verdade.
Sobre esse texto de Paulo, li com muito cuidado um artigo do Dom Antônio Affonso de Miranda – Bispo de Taubaté/SP, intitulado: “O mediador entre Deus e os homens”. Numa parte, ele escreve: [“A verdade dogmática que resulta mais objetiva do fato de o Verbo ter-se encarnado e ter-se feito verdadeiro homem, sem deixar de ser verdadeiramente Deus, é a da mediação única de Jesus Cristo entre Deus e os homens. São Paulo a afirma numa fórmula explicitamente dogmática: “
Há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo homem, que se deu em resgate por todos.” (1 Tim 2, 5 e 6). À luz desta afirmação, poderíamos concluir: Jesus é o caminho de Deus e para Deus. Talvez convenha nos formulemos uma pergunta muito simples, que por tão simples, nunca nos formulamos: Que é mesmo um “mediador”? Santo Tomás de Aquino, em a Summa Theologiae, faz uma análise muito arguta da mediação de Jesus Cristo e a fundamenta exatamente neste pressuposto do que vem a ser um “mediador”.
Ele explica: “mediatoris officium proprie est conjungere eos inter quos est mediator: nam extrema uniuntur in medio.” Traduzindo: “função do mediador propriamente é unir aqueles entre os quais ele é mediador, pois os extremos se unem no meio.” (Summa Theologiae, P.III, Q.XXVI, Art. 1) É esta a função de Cristo, que está entre Deus e a humanidade”.]
Obs: Tudo que estiver dentro [...] foi escrito pelo bispo.