Pr. Gomes Silva
Por mais de vinte e cinco anos
convivi com a política partidária entre as cidades de Picuí, Frei Martinho,
Baraúna e Campina Grande. Ou como locutor ou como metido a estrategista
político. E nunca vi um povo mais
apaixonado por política do que o paraibano. Lembro-me da antiga Arena, MDB, PDS,
PFL e por aí vai, com suas cores tradicionais disputando o voto numa época que
se usava o lápis para escrever os números e depositá-los numa urna,
diferentemente do que acontece hoje.
Por que somos tão apegados à
política? Vejo que mudaram os partidos para PMDB, PSDB, DEM, PT, PL etc, mas a
paixão continua. O caso é tão sério que termina um pleito eleitoral hoje e no
dia seguinte, antes mesmo dos vitoriosos assumirem seus cargos, já tem gente
fazendo prognósticos para a próxima eleição.
Isso, fora o moído da Imprensa,
que passa o tempo todo levantando as possibilidades, que renderão discussão um
bom tempo. Depois, pensa-se em outras situações. E assim vamos entrando e saindo
anos e mais anos carregando a paixão pela política, defendendo, sempre um
determinado candidato, mesmo aqueles que já passaram pelo Executivo ou
Legislativo e não fizeram valer a confiança do eleitorado.
O que me impressiona não é o fato
de o paraibano, como todo brasileiro em si, gostar da política partidária, mas
a paixão por candidatos que outrora não honraram a fidúcia dos que o elegeram.
O “amor” à política no Estado foi
para outro extremo. O da pressão psicológica para que acontecesse o rompimento
da aliança entre pessoas e não de partidos (pois sigla partidária, aqui na
Paraíba, não significa muita coisa!), ou seja, entre o senador Cássio Cunha
Lima e o governador Ricardo Coutinho. Isso vinha acontecendo desde o momento
que Ricardo ganhou de José Maranhão. Entre debates e programas políticos se dizia: “Esse rompimento acontece hoje, amanhã ou depois”. E deu no que deu.
Não sabemos se esse “moído” vai
ter resultado satisfatório, ou seja, quem, entre RC e CCL, vai se sair melhor. Alguns
aliados já sentem os prejuízos, a exemplo de Rômulo Gouveia (PSD), atual
vice-governador. Ele não agüentou a pressão de correligionários e da Imprensa e
declarou-se publicamente eleitor de Coutinho, pondo à parte de sua história
pública uma amizade de mais de 20 anos com o clã Cunha Lima.
Longe desse imbróglio PSDB/PSB, o
ex-prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo, pré-candidato do PMDB, continua
visitando as bases eleitorais ligadas ao seu partido bem como de siglas que
irão dá sustentação a sua campanha.
Não sabemos como será, pois,
enquanto Ricardo Coutinho e Cássio Cunha Lima vão “brigar” para dividir as
lideranças que lhes deram a vitória no último pleito para o Palácio da Redenção
e Senado, respectivamente, o “Cabeludo” vai somando visando à corrida que vai
começar para chegar ao Palácio da Redenção.
Será que o eleitor está entendendo alguma coisa?
Por enquanto é só.