PARANÁ

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Pr. Gomes Silva
Com informações da UNICAMP
Imagem: VINACC

O cientista e professor da Unicamp Marcos Nogueira Eberlin, que já esteve várias vezes em Campina Grande como palestrante do Encontro Para a Consciência Cristã, exemplo do que aconteceu no início deste ano, recebeu em Toronto, Canadá, mais uma medalha de ouro para o Brasil: A medalha J. J. Thomson, a principal honraria da área de espectrometria de massas no mundo, oferecida pela Fundação Internacional de Espectrometria de Massas (IMSF, na sigla em inglês). Este é um feito inédito, pois a medalha foi entregue pela primeira vez a um cientista sul-americano. Eberlin, que é fundador do laboratório ThoMSon de Espectrometria de Massas na Unicamp, recebeu a medalha durante a 21ª Conferência Internacional de Espectrometria de Massas no mês de agosto. Eberlin é um dos bolsistas de Produtividade em Pesquisa 1B do CNPq.

Durante sua participação na “Consciência Cristã”, Marcos Eberlin explicou que a “espectrometria de massa é uma técnica analítica física para detectar e identificar moléculas de interesse por meio da medição da sua massa e da caracterização de sua estrutura química”. Trata-se de uma técnica de caracterização molecular utilizada em praticamente todas as áreas de ciência. Só para citar um exemplo, durante uma cirurgia, a espectrometria caracteriza as moléculas que mapeiam tumores cerebrais. “Em 1991 nós começamos praticamente do zero no país, pois havia uns poucos pesquisadores na área, mas adotamos a filosofia de treinar o maior número possível de espectrometristras de massas brasileiros e, com isso, semeamos a técnica por todo o país”, ressaltou o professor.

De acordo com matéria do site do CNPq, a escolha de Marcos Nogueira Eberlin foi feita após votação dos representantes de 39 sociedades de espectrometria de massa afiliadas. Conforme a IMSF, os nomes foram escolhidos entre 17 candidatos indicados, graças aos relevantes serviços para o desenvolvimento e propagação da espectrometria de massas pelo mundo. A medalha é muito concorrida e já foi concedida a nomes mundialmente reconhecidos como John Bennett Fenn, ganhador do Nobel de Química de 2002 e Graham Cooks, hoje o maior pesquisador em atividade da área.

O nome da medalha é uma homenagem a Joseph John Thomson, físico britânico que descobriu o elétron e é considerado o “pai da técnica” além de ganhador do prêmio Nobel de física de 1906. O laboratório ThoMSon da UNICAMP também recebeu este nome em homenagem ao cientista.

Em entrevista ao site Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Eberlin lembrou que no Laboratório ThoMson já se formaram quase 200 alunos de vários níveis e que hoje atuam na academia e em empresas como especialistas na técnica. “Começamos até a exportar pesquisadores e profissionais”, disse.

Segundo o docente, a medalha é um reconhecimento internacional que “não vem para uma pessoa ou para um grupo, mas para uma universidade que se estabeleceu como líder em pesquisas na América Latina, e pelo amplo reconhecimento internacional dessa liderança, e em uma área da ciência que é de fronteira”. Eberlin destacou a liberdade de pesquisa, a autonomia, e toda uma estrutura de apoio e incentivo à pesquisa e a internacionalização, que a Unicamp oferece a seus pesquisadores.

O palestrante da “Consciência Cristã” anunciou que o Brasil foi escolhido no Canadá para sediar o congresso da sociedade internacional em 2020, que será realizado no Rio de Janeiro. Segundo Eberlin, esta será a primeira vez que o evento é realizado fora do eixo EUA, Europa e Japão. E tendência é que a “Cidade Maravilhosa” venha promover o melhor e maior congresso de espectrometria de massa de todos os tempos.


Matéria publicada no porta
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