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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Dupla quase imbatível em 2012


Na Paraíba é assim: Termina um pleito e os políticos e eleitores já pensam no próximo. O povo ama política; e as rodas de especulações mantêm o clima aquecido e os noticiários recheados de informações. Até os “apolíticos” se deixam levar pela expectativa quanto ao futuro.

Desde que Veneziano derrotou Rômulo Gouveia na disputa pela Prefeitura de Campina Grande em duas oportunidades, especula-se nomes que tenham amplas condições de recuperar o Palácio do Bispo com a marca da oposição, hoje comandada – mesmo à “distância” -, pelo ex-governador Cássio Cunha Lima, que tentou sem sucesso emplacar Rômulo Gouveia nos dois últimos pleitos.

Como Rômulo não deu certo, o nome mais cotado para disputar a Prefeitura em 2011 é o do deputado federal Romero Rodrigues (PSDB), embora o clã Cunha Lima nem o atual governador Ricardo Coutinho (PSB) ainda não tenham apontado para essa possibilidade.

Publicamente, Romero está calado sobre a questão, mesmo porque existem aqueles que defendem a candidatura de Diogo cujo pai, Cássio Cunha Lima, prefere que ele invista mais na sua carreira empresarial. Já nos bastidores não se pode dizer a mesma coisa. Romero tem conversado com forças políticas ligadas ao grupo Cunha Lima, procurando aglutinar forças que lhe garantam, na convenção, o direito à disputa pela Prefeitura campinense.

Para alguns, a dúvida estaria no companheiro de chapa de Romero. Menos pra mim. O vereador Fernando Carvalho (PMDB), que deve ir para outro partido, com a intenção de disputar também a sucessão municipal, certamente abriria mão dessa candidatura para juntar-se a Romero, seu velho amigo.

Aliás, pelo que sei Romero e Carvalho jamais disputarão um cargo executivo em lados opostos numa mesma campanha, justamente por causa dessa amizade que já existe há décadas.

Em assim sendo, e caso se confirmem lado a lado em 2012, Romero Rodrigues e Fernando Carvalho formarão uma dupla quase imbatível.

Vamos esperar!

Independência perigosa

Desde que deu os primeiros passos rumo à política partidária, começando pelos movimentos sociais em Campina Grande, o atual vice-governador do Estado, Rômulo Gouveia, sempre esteve ao lado do clã Cunha Lima, recebendo orientações e até imposições desse grupo. Mas, como nem tudo é eterno, Rômulo está disposto a seguir a direção agora do prefeito de São Paulo, Gilberto Cassab (PSD), uma voz bem mais uníssona em nível nacional em relação, por exemplo, de Cássio, de quem recebeu conselhos para não afundar o “tucanato” paraibano com a sua saída.

Será que a doença do autoritarismo e da prepotência de Ricardo Coutinho infectou Rômulo Gouveia? Se isto tiver acontecido, nota dez para o velho ditado: “Diz com quem andas e eu direi quem tu és”.

Entendo essa decisão de Rômulo Gouveia como sendo um “grito de independência” do Grupo Cunha Lima. A menos que Cássio Cunha Lima esteja formando um grupo paralelo ao PSDB (partido que congrega os dois) para lhe dá sustentação futuramente com o que não acredito, pois, como a “fidelidade partidária” está caçando a todo custo algum infiel para abocanhar o mandato, certamente ele vai lutar para permanecer no ninho tucano e cumprir seu mandato de senador, caso seja realmente empossado.

Essa decisão de Rômulo Gouveia em deixar o PSDB tem um culpado: Cícero Lucena, presidente do partido na Paraíba e um homem forte, hoje, no Senado da República. Ele foi contra a composição PSDB-PSB, que elegeu seu inimigo político, Ricardo Coutinho governador. Por isso, votou em José Maranhão e, corajosamente, não vai abrir mão da oposição, mesmo contrariando alguns tucanos mais chegados a Cássio Cunha Lima, que apóia Coutinho.

Como vice-governador e membro respeitado do PSDB, Rômulo Gouveia não suportaria a “metralhadora” apontada para o Palácio da Redenção pelos aliados de Lucena, resolveu ingressar em outra sigla e evitar o próprio desgaste na luta contra as acusações ao Governo de Ricardo Coutinho, que deverá começar muito em breve.

Como eleitor-observador, vejo essa possível independência de Rômulo do Grupo Cunha Lima muito perigosa. Afinal, quem manda na política de Campina e da Paraíba ainda é Cássio Cunha Lima, seguido do “Veinho” e do grupo comandado pelos “Irmãos Coragem”.

E Ricardo Coutinho? Ali foi um acidente que a Paraíba já está orando e rezando para nunca mais acontecer.