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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

INCA apresenta pesquisa sobre o perfil dos fumantes brasileiros

Para marcar o Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado ontem, o Instituto Nacional do Câncer, o INCA, divulgou nesta segunda-feira (30/08) o relatório final da pesquisa especial de tabagismo, realizada em 2009. O estudo apresenta o perfil dos fumantes brasileiros e mostra, inclusive, o impacto financeiro na vida das famílias com pessoas que fumam. Hoje o Brasil tem 25 milhões de fumantes, o equivalente a mais de 17% da população acima de 15 anos.

A pesquisa é a mais completa já realizada no Brasil. Os dados foram coletados em mais de 51 mil domicílios. O estudo revelou que as mulheres estão começando a fumar muito cedo, antes dos 15 anos.

A boa notícia é que, na hora de largar o vício, o número de mulheres que consegue parar de fumar é o dobro do de homens. E o INCA disse que, nos últimos 12 meses, 45,6% dos fumantes tentaram parar. Entre os jovens, os homens representam a maioria dos fumantes. Esse público também foi o que se mostrou mais vulnerável às propagandas de cigarro. E jovens entre 15 e 24 anos não costumam procurar ajuda para deixar de fumar.Os gastos com cigarros também foram analisados. De acordo com o estudo, casais fumantes gastam em média quase R$ 1.500,00 por ano com cigarro.

Na Câmara, 164 projetos sobre o tabagismo estão sendo analisados. As propostas vão desde o ressarcimento obrigatório ao SUS pelo gasto com pacientes com doenças causadas pelo cigarro até a proibição da venda de cigarro em locais próximos a escolas. Mas embora a maioria das propostas seja antitabagismo, também há espaço para representantes da indústria do fumo que defendem a importância dessa atividade econômica para o país.

Outra pesquisa divulgada neste fim de semana revela que, apesar da intensa divulgação dos problemas causados pelo cigarro, a falta de informação sobre doenças respiratórias é muito grande entre os brasileiros. Por exemplo, 90% dos entrevistados não associaram o câncer de pulmão ao hábito de fumar. E 47% não souberam citar um único sintoma da doença. E tem até quem não acredite nos prejuízos do tabagismo passivo, ou seja, que a fumaça do cigarro traz malefícios também aos não fumantes. Eles respondem por 1% dos entrevistados. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Datafolha, em 143 municípios, por encomenda da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

Hanna Costa
Repórter