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terça-feira, 29 de setembro de 2009

A igreja do século 21: Um Desafio para o pastor sério

Pr. Gomes Silva

Em 1999, portanto há dez anos (por favor, nunca diga há dez anos atrás, isso dói nos ouvidos), li boa parte do livro: O Pastor do Século 21, de David Fisher, que fala justamente sobre os desafios que os pastores iriam enfrentar neste século, claro. E quanto desafio, meu irmão! E não sei aonde chegaremos com tudo isto que está acontecendo no meio evangélico. É um verdadeiro exemplo de como não se deve seguir a Jesus.

Como bem diz David Fisher: A secularização empurrou a igreja para as margens da consciência de nosso País. O relativismo moral, que acompanha uma visão secular da realidade, afeta profundamente a obra da Igreja e o seu ministério. De acordo com a Cristianismo Hoje, 66% dos americanos crêem que não existe a verdade absoluta. E desses, 27% são de jovens entre 18 e 25 anos, que estão dentro das igrejas, se prendendo a uma série de fatos nocivos à fé cristã.

A moda nas igrejas, agora, é: “Não tem nada a ver”. É certamente a resposta mais ouvida dentro das igrejas quando se tenta moralizar a “coisa” desmoralizada pelos liberais, pelos sem-compromissados com a verdade bíblica, pelos “ficadores” ou “ficantes” da vida; pelos aceitadores de tudo. Eles só não querem é viver conforme a Palavra de Deus, que nos exorta a prestar um culto racional ao Senhor (em todo o tempo, grifo meu), apresentando o próprio corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12:1-2), longe das obras da carne (Gálatas 5:19-21) e sim, vivendo conforme o fruto do Espírito: Amor, alegria, paz, fidelidade, mansidão... (Gálatas 5:22-24).

Hoje, a maioria dos que estão dentro das igrejas só quer fazer o que acha que deve fazer. Não se respeita mais pastor, o anjo da igreja, não se respeita mais os mais velhos; não quer mais louvar hinos belíssimos da Harpa muito menos do Cantor Cristão. Além disso, para uns o culto deve ter pelos menos 90% de louvores, 5% de palavra, 3% de oração e 2% para outras coisitas mais. Um absurdo. E tem mais: Já vi em muitas igrejas, que, enquanto estar-se louvando, a igreja se anima, pula, é um verdadeiro carnaval fora de época e de lugar. Mas quando se diz: “Vamos ouvir a Palavra de Deus”, os primeiros que saem são os próprios tocadores. Uns vão conversar lá fora da igreja, outros vão embora pra casa ou para o shopping. Outros começam a botar os papos em dia – em plena pregação. Outros começam a abrir a boca, outros vão para o banheiro, e dá uma sede desgraçada. Até parece que comeram carne de cururu (rsrsr), como diria minha amada mãe.

Tem mais. Em algumas igrejas, existem os seminaristas (nada contra seminaristas, mesmo porque eu também sou um deles), que vão ao seminário, assistem duas ou três aulas e chegam à igreja achando que já são teólogos. Alguns são humildes – isso é verdade -, e ficam esperando uma oportunidade. Outros, não. Eles ficam no banco prestando a atenção nas “furadas” do pregador para depois alfinetá-los por aí afora. E tem aqueles que vão afrontar pastores, dizendo-lhes que estão “fora”.

Tudo isto é desafio para os pastores neste século. E não sabemos até quando isto vai perdurar. De uma coisa tenho certeza: Muitos líderes terão que ter coragem para cumprir o que diz Atos 5.29: “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens”.

Infelizmente, alguns pastores (desculpem-me pelo que vou escrever, mas é a verdade), são culpados por isso. Eles preferem deixar a ovelhinha de todo jeito na igreja, não reclamar (porque senão ela vai achar ruim. E daí?); não cortam os males pela raiz; deixam-na viver como querem, pois o importante é número. Pastor, querido! Eu acho que o senhor está no lugar e no cargo errados. Como é que o senhor vai entregar essas ovelhas ao Todo-Poderoso, quando ele pedir contas?

Pastor, sofra conseqüências e sofra humilhação, como tenho sofrido e pago alto preço pela minha postura. Não importa o que digam do amado, mas uma coisa tenha em mente, o que disse o apóstolo Paulo a Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes” (1 Timóteo 4:16 – veja os versículos de 11-15).

Em parte, essa bagunça em certas igrejas (pois não são em todas), é culpa dos líderes que passaram e que deixaram a “herança”; e dos atuais, que não querem perder status. Além disso, pensam “grande”. Em grandes rebanhos e em “grandes colheitas”. E para que isto aconteça, seja da forma como todos quiserem. Mesmo que a igreja seja fragilizada em adoração (em espírito e em verdade), em Palavra(2 Tm 3:15-17), em poder (Atos 1:8; e 3:1-10), em santificação (Hb 12:14; 1 Tes 5:23)...

E sabem quem está sofrendo? Aqueles humildes pastores que lutam desesperadamente para manter a ordem na casa. São chamados de velhos, de ultrapassados, de ditadores, de maneca; e acusados de não estar na era da modernização. Eles é que estão certos. E eu assino em baixo.

Pastor Gomes Silva
Trinitariano, sim, senhor!